sábado, 5 de janeiro de 2013

FCC - TRF 2a Região - 2012

Questão do concurso realizado pela banca Fundação Carlos Chagas para o Tribunal Regional Federal da 2a região, aplicado no dia 24/03/12.

Paciente com 21 anos de idade, sexo feminino, relata um episódio de pericoronarite no dente 46, há cerca de dois anos. No momento desta consulta, a paciente está assintomática, porém o achado radiográfico mostra radiolucidez central circundando o foco da inflamação com área periférica da radiopacidade granular que se mistura com o osso normal adjacente. Este quadro é compatível com o diagnóstico de osteomielite

a) alveolar aguda.
b) aguda supurativa.
c) crônica esclerosante difusa.
d) crônica esclerosante focal.
e) crônica supurativa.

Comentário:

Vamos ver as características de cada tipo de osteomielite apresentado nas alternativas:

Osteomielite Alveolar Aguda
Área radiolúcida em região de corpo de mandíbula e na região mais anterior de maxila, mostrando a perda de tecido ósseo. Pode, entretanto, não apresentar imagem radiográfica por se tratar de uma inflamação rápida. Ocorre em qualquer idade, normalmente em pacientes imunodeprimidos ou que sofrem quadro de subnutrição, com condições sistêmicas desfavoráveis. Tem prazo de evolução limitada a, no máximo, um mês. Pode ser causada por trauma. O tratamento consiste em antibioticoterapia.

Osteomielite Aguda Supurativa
Pode ocorrer a partir de abscessos dentoalveolares causados por infecção ou trauma ou devido a uma osteorradionecrose (por altas doses de irradiação). Geralmente apresenta pus (infecção por Staphilococus). O paciente relata dor ou parestesia.

Aspectos Clínicos
-Úlcera e exposição óssea persistente
-Sequestros ósseos
-Trismo severo
-Fraturas patológicas
-Odor fétido

Aspectos Radiográficos
-Rarefações ósseas difusas
-Sequestros ósseos
-Fraturas patológicas

Exames Complementares
-Cultura e Antibiograma
-Biópsia

Tratamento
-Higiene oral
-Antibioticoterapia
-Oxigênio hiperbárico


Osteomielite Crônica Esclerosante Difusa
Mais comum em pacientes idosos, em mandíbula edentada. Sua etiologia se dá a partir de uma infecção de baixa virulência resultante da Osteomielite aguda supurativa (desaparece a sintomatologia aguda e a lesão se cronifica).

Aspectos Clínicos e Radiográficos
-Clinicamente evolui sem sintomatologia.
-Exacerbações: decorrentes de exodontia.
-Área extensa de reabsorção e neo-formação óssea.
-Podendo ser multifocal.

Prognóstico e Tratamento
-Favorável.
-Cirúrgico, precedido ou acompanhado de antibioticoterapia.

Osteomielite Esclerosante Focal
Também conhecida como osteíte condensante. É uma reação incomum do osso a uma infecção, ocorrendo em casos de resistência tecidual extremamente elevada ou em casos de infecção de baixa intensidade. Afeta quase que exclusivamente pessoas jovens, por volta da idade de vinte anos com maior predileção pelo sexo feminino. Os dentes mais comumente envolvidos são os molares inferiores, que geralmente apresentam lesão por cárie. Pode não haver outros sinais e sintomas da doença a não ser dor ligeira, associada com a polpa infectada.

Aspectos Radiográficos
-Radiopacidade circular ou ovóide.
-Limites bem definidos.
-Região periapical ( dentes comprometidos endodonticamente).

Prognóstico e Tratamento
-Bom
-Tratamento endodôntico do dente afetado


Osteomielite Crônica Supurativa
Ocorre na maxila e/ou mandíbula. Sua etiologia está ligada a infecções odontogênicas (estafilococos e estreptococos), fraturas infectadas e ferimentos por arma de fogo.

Aspectos Clínicos
-Dor (moderada a intensa)
-Fístulas com drenagem espontânea de pus
-Trismo
-Linfonodos inflamatórios submandibulares e cervicais
-Febre e leucocitose

Aspectos Radiográficos
-Estágios iniciais, difícil observação
-Imagens radiolúcidas irregulares e difusas

Exames Complementares
-Cultura e Antibiograma
-Biópsia

Prognóstico e Tratamento
-Antibioticoterapia (cultura e antibiograma)
-Remoção dos sequestros ósseos

alternativa D